segunda-feira, 30 de abril de 2012

"Ele só me quer comer"

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Este é um dos maiores dramas das mulheres neste século. Os homens estão demasiado focados na sexualidade e não querem nada sério. No feminino, a sensação é desagradável e faz mal à nossa auto-estima. Ninguém gosta de se sentir um objecto, e ninguém devia permitir-se a esse sentimento.

Mas, sem querer defender estes ordinários, vejo cada vez mais mulheres a usar homens como objectos também, só não o fazem de forma sexual. Minhas amigas, quando saem com homens por causa do dinheiro deles e de todo o status que isso vos pode trazer, estão a usá-los como objectos também.

E atrevo-me a ir ainda mais além. Muitas vezes, as mulheres que só pensam em namorar e ter um relacionamento sério também acabam por ver os homens como objectos -  objectos para as suas fantasias de namoradas e de casalinhos perfeitos. A personalidade daqueles homens nem interessa, eles são automaticamente, aos olhos destas mulheres, namorados em potencial.

E quanto às meninas que ficam revoltadas porque foram para a cama e o tipo não ligou no dia seguinte, a minha resposta é simples. MAS ESTAVAM À ESPERA DE QUÊ? Como é que se podem sentir usadas por alguém que mal conhecem? Pelo menos fazem um esforço para perceber por que é que ele não ligou?

Uma das coisas que mais me irrita é que queiram assumir uma relação comigo sem me conhecer, que se desfaçam em clichés sem tentar ver além do óbvio. Pessoas desesperadas por relacionamentos sérios, acabam por se envolver com qualquer pessoa, com a primeira que aparece, mas isso não é gostar do outro, é gostar de ter alguém. Conheci há alguns meses um tipo que me adorava depois de ter passado uma tarde comigo. Hoje provavelmente nem se lembra do meu nome (e para ser sincera, raramente me recordo do nome dele também).

Do mesmo jeito que muitos homens só nos querem comer, muitas mulheres (e alguns homens também) só querem uma relação, seja com quem for, e ambos os tratamentos transformam a outra pessoa em objecto. Mas moralmente, sexo é mau e namoro é bom. Quem quer apenas sexo, não presta; mas quem quer uma relação, sem sequer se dar ao trabalho de conhecer profundamente a outra pessoa, é uma pessoa de valor. (Mas que valor?) Devíamos namorar com quem gostamos, porque gostamos, e não porque a sociedade nos diz que devemos namorar.

Baseada nesta dualidade, já afastei da minha vida muitas pessoas extraordinárias... mas estamos sempre a aprender!

3 comentários:

  1. Cara amiga, a forma como você escreve é incrível. Aprecio bastante a sua inteligência e o seu sentido de humor. Assim sem a conhecer, sem saber como é fisicamente ou sequer a sua idade, atrevo-me a dizer que será das mulheres mais sábias que "conheço". Não fosse eu já casado (e muito bem casado, graças a Deus!) candidatava-me ao cargo de alterar o seu nome de solteira para casada.Preserve a determinação e a mente aberta.

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  2. Obrigada, amigo!
    Os seus elogios já fizeram o meu dia :)

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  3. Concordo totalmente com o que escreve neste seu post!
    Felizmente, ainda há pessoas lúcidas que vêem a realidade como é, sem dramas, sem floreados, simplesmente como é, nua e crua. Parabéns, nem todas o conseguem, nem todas o aguentam porque às vezes dói, nós sabemos, e assumir uma posição socialmente criticável não é para qualquer uma.

    A mim, irrita-me profundamente ver que uma grande parte das mulheres à minha volta vive numa história que só existe na primeira pessoa do verbo narrar e porque lhes convém, o que, sublinho, não tem mal nenhum, cada uma tem as suas prioridades, whatever works, o que me faz espécie é a hipocrisia e a mentira e o enganar. O enganar o "outro", irrita-me muito e acho mal.
    Prefiro ouvir uma conhecida minha, que sem problemas de consciência, me diz muitas vezes com um sorriso atrevido que o que lhe interessa é um homem de "posição" seja lá o que isso significar para ela, pelo menos é sincera e transmite essa mensagem claramente através de atitudes e comportamentos em todos os seus encontros, se eles não se apercebem é porque não querem como as "outras" que menciona no seu texto.

    Bem haja!
    Desejo-lhe as maiores felicidades.

    Ana R.

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