domingo, 15 de abril de 2012

Na cama ao lado

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As mulheres são capazes de quase tudo por amor, e de tudo por vingança. No meu último ano na universidade, dividi o quarto com a I. Ambas tínhamos saído de relações longas, queríamos mostrar (sabe-se lá a quem) que éramos mais felizes solteiras e estávamos sedentas de aventuras.

A residência universitária onde vivíamos estava a servir de abrigo aos participantes de um campeonato internacional de Taekwondo. Entre os muitos jovens participantes, destacavam-se dois de 17 anos que aparentavam mais idade. Passamos meia dúzia de dias a fazer jogos de charme com eles, até que, uma noite, eu disse-lhes qual era o nosso quarto, em tom convidativo.

Enquanto contava à I, em voz alta e entre gargalhadas, que "as crianças" deviam estar para chegar, eles chegaram mesmo (e viemos a saber que nos ouviram atrás da porta enquanto fazíamos planos, inclusivamente a parte em que eu disse "que se foda, vamos come-los!").

A selecção foi espontânea, baseada na estatura física (apesar de eu ter achado o da I mais apetecível). Eles entraram no quarto um pouco assustados e sem saber o que os esperava e conversamos por breves minutos.

O quarto tinha duas camas, separadas por apenas a meio metro de distância, que usamos assim que a conversa terminou, para fazer massagens. (E nisso eu tive sorte porque o jovem que me calhou tinha realmente muito jeito.) A curiosidade era grande e olhar para a cama ao lado era inevitável. Tive de conter o riso quando o jovem que acompanhava a I disse estupefacto "olha, um soutien sem alças!". Realmente vimos todos o soutien da I, vimos a I sem soutien, e alguns amassos, mas não vimos muito mais! Pois é, os jovens nunca tinham estado com mulheres mais velhas... e isso explica o facto de terem entrado em pânico e fugido ambos (literalmente) antes de se passar grande coisa.

No dia seguinte, percebemos rapidamente que tinham contado aos restantes desportistas o sucedido na noite anterior e que, quase de certeza, se teriam gabado daquilo que nem chegaram a fazer. Um grupo de perto de 20 jovens olhava-nos com admiração e espanto e esperava ansiosamente que fossemos cumprimentar os dois gabarolas. Porém, eu e a I não fizemos mais nada a não ser ignorá-los. Durante os dois dias seguintes, vimos os dois jovens serem gozados e ridicularizados por terem inventado que as duas boazonas finalistas os teriam metido no quarto. E só nós duas sabemos que foi verdade...!

Depois deste dia, eu e a I nunca mais olhamos para homens mais novos!

1 comentário:

  1. Eu também vivi numa residência de estudantes... :D Só nós é que sabemos... Bons tempos!

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