quinta-feira, 15 de novembro de 2012

"Nunca amei ninguém"

Fonte
Comecei recentemente a ver o Sexo e a Cidade. Nunca tinha visto a série, apesar de já ter sido transmitida na TV há algum tempo. Entre amores e desamores, dei por mim a contar os meus, que não se pode dizer que sejam poucos.

Quando o assunto é amor ou, principalmente, a falta dele, gosto de conversar com o S... e foi o que fiz depois de um "date" fantástico e meia dúzia de episódios da série.

O S acredita que o amor é incondicional, que é "dar o pescoço por alguém", que não tem volta a trás, mas nunca amou (romanticamente) ninguém! Dou a mesma consideração à opinião sobre o amor de quem nunca amou como a assuntos de sexo por virgens. Podem até convencer toda a gente, mas falta a experiência... bem... falta TUDO!

Confessou-me que em 30 anos de existência, amou (e ama) apenas a mãe, o pai e os irmãos. Acho doce e absurdo ao mesmo tempo. Como é que se vive um terço da vida sem descobrir o amor? Quão triste será isso? Não sou defensora de ter um amor por semana, mas nenhum também não me parece "saudável" (ainda que seja mais seguro).

Admiro-me especialmente por ele ser um homem relativamente interessante, sociável, atraente e que gosta de experimentar a vida em todas as suas formas. Mas como é que se experimenta a vida sem experimentar o amor?

Pensando mais profundamente sobre o tema, encontramos o elemento comum a todas as pessoas que ele ama: são pessoas PRÓXIMAS, com quem ele passou parte da vida. O amor precisa disso, de convivência, envolvimento, partilha de experiências e emoções, a full time. Não se deixa de ser filho nem irmão, é para sempre e está sempre lá... mesmo quando nos irritamos com as pessoas que amamos, não temos opção senão continuar a amá-las porque não as podemos apagar ou substituir. E isto é o extremo oposto da postura do S com o romance: sem entrega, sem partilha, sem proximidade, sem convivência.

O amor da família não se escolhe, provavelmente é só por isso que algumas pessoas amam e são amadas, porque não podem fugir. O amor romântico envolve escolha, nós percebemos quando nos estamos a envolver e conseguimos evitar... talvez por isso algumas pessoas o evitem a vida toda, de forma voluntária ou involuntária.

Eu amo-me demais para me privar de uma vida em que não possa amar mais alguma coisa além de mim. Como já escrevi noutras bandas: "Um dia vais perceber que mais importante do que conquistar o mundo, é conquistar o amor de alguém disposto a conquistar o mundo contigo. O mundo por si só é um lugar solitário."

1 comentário:

  1. Tem gente que esquece que pais não vive sempre, e quando os irmãos tiverem sua família também, vai morre só mesmo.

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